quinta-feira, 1 de agosto de 2019

UCEM-Comentários

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LICÃO 139

Aceitarei a expiação para mim mesmo.

O contexto do ensino aqui é bem familiar para nós a essa altura: somos confrontados por uma decisão entre o ego e o Espírito Santo, e escolhemos nos identificar com o conceito de um ser separado em vez da memória da nossa Identidade como Cristo. Quando escolhemos a individualidade do ego em vez do princípio de Expiação do Espírito Santo de que a separação nunca aconteceu, nos identificamos com um falso ser, estabelecendo a necessidade da Expiação, ou de correção da nossa escolha equivocada. Ao aceitarmos a Expiação para nós mesmos, o objetivo final do Um Curso em Milagres, nos lembramos do nosso Ser.

Quando aceitamos a Expiação para nós mesmos, percebendo que o Espírito Santo fala a verdade e o ego mente, atingimos o fim da escolha. Teremos recuperado o poder de nossas mentes, sabendo claramente que essa habilidade tomadora de decisões não tem nada a ver com o cérebro do corpo. Por escolher irrevogavelmente a verdade, a necessidade de uma escolha termina, porque o equívoco foi desfeito. O propósito do milagre é assim cumprido, ao retornarmos à parte tomadora de decisões das nossas mentes, a origem do sonho que nós agora desfazemos.

Minha mente certa aceitou quem eu sou porque a vida está lá. Lembre-se, se o Espírito Santo é a memória de Deus, Ele também é a memória da Vida. Se essa memória está na minha mente, tem que haver uma parte de mim que compartilha daquele pensamento. Quando Jesus diz “Ele aceitou porque está vivo”, está falando da mente certa. Também existe a mente errada que julgou contra a vida, aceitando o julgamento do ego sobre quem nós somos. Nós, portanto, vemos mais uma vez uma descrição da mente dividida: as mentes certa e errada, e, por implicação, o tomador de decisões que escolhe entre elas.

A verdade é que nós somos como Deus nos criou. Ainda que tenhamos tentado negar a verdade, nada aconteceu: “nenhuma nota na canção do Céu foi perdida” (T-26.V.5:4). A presença do Espírito Santo em nossas mentes é a asseguração desse fato. Além disso, se a Expiação está em nossas mentes, existe uma parte de nós que já se identificou com ela. Uma vez que negamos o que estabelecemos como verdadeiro, nossas mentes estão divididas. É por isso que existe um conflito perene em nossas mentes, e um conflito perene no mundo. Nós estamos continuamente em guerra conosco mesmos, um conflito designado pelo ego para proteger a si mesmo contra nossa escolha pela quieta memória do Amor de Deus, o inimigo da individualidade.

O ego nos diz que a dúvida e a incerteza são a realidade aqui, e como crianças em idade escolar, realmente somos encorajados a fazer perguntas. De fato, através do todo o Um Curso em Milagres, Jesus fala conosco como crianças pequenas, encorajando-nos a fazer perguntas a ele. No entanto, permanece a verdade de que estar incerto ou em um estado de questionamento nega nosso verdadeiro Ser. A Expiação desfaz a negação, como já vimos, removendo o véu que ocultou a verdade da perfeita certeza da nossa Identidade como Cristo.

_“Nada do que o mundo acredita é verdadeiro”_ porque o mundo é baseado em um pensamento ilusório, insano. Essa é outra declaração inequívoca à qual você deveria prestar atenção cuidadosa, e depois observar como você quer fazer transigências à sua verdade. Todas as pessoas questionam “o que são”, no entanto, a única maneira de poderem saber a resposta é liberarem os pensamentos que fazem parte desse mundo: separação, julgamento, especialismo e doença. O que permanece é a certeza da Expiação, que as lembra da sua Identidade. Assim, o mundo serve a um propósito diferente quando elas escolhem o perdão do instante santo, o meio de se lembrar do seu Ser.

A Expiação nos diz simplesmente que é impossível não conhecermos nosso Ser, porque essa é a realidade. A memória de quem somos está dentro de nós; nós meramente nos defendemos contra ela. No entanto, ele pacientemente aguarda nossa escolha, conforme retornamos de novo e de novo, até fazermos a escolha final.

Jesus nos pede para não tentarmos dar sentid

o a um sistema de pensamento que não pode ser compreendido, nem explicar o que é inconcebível. Isso também significa que não deveríamos tentar entender a verdade, que está além de nossas capacidades como egos. Assim, Jesus nos encoraja a aceitarmos a verdade, sem tentarmos entendê-la.

Quando eu aceito a Expiação para mim mesmo, o amor e a paz em minha mente automaticamente se estendem à mente de todos, porque o Filho de Deus é um. Então, eu me torno seu lembrete, assim como Jesus foi o meu, da escolha que ele pede a todos nós para fazermos. Esse amor e paz dizem que você pode fazer a mesma escolha que eu fiz, pois eu não sou curado sozinho – minha cura é a da Filiação.

A Expiação ensina que qualquer coisa que pensemos ter acontecido não teve efeitos – a Unicidade do Filho de Deus foi totalmente não afetada por seus pensamentos de julgamento, ataque e especialismo. A aceitação desse fato feliz é o único significado verdadeiro da alegria nesse mundo.

Mais uma vez, Jesus não está falando sobre qualquer coisa externa. Nada no Um Curso em Milagres deveria ser encarado como um guia para o que você deveria fazer de forma comportamental. Ele é sempre e apenas um guia sobre o que você deveria pensar, ou até mais direto ao ponto, qual professor você deveria escolher. Uma vez que não existe corpo e nenhum mundo, por que Jesus iria dar prescrições para o comportamento? Nossa missão é simplesmente mudarmos nossas mentes, aceitarmos a Expiação para nós mesmos. Assim, realmente aceitamos a verdade, lembrando de que permanecemos como Deus nos criou.

É por isso que ter um relacionamento com o Espírito Santo ou com Jesus é central para a prática do Um Curso em Milagres. Sem Eles, seria impossível olhar sem julgamento para o que o ego está fazendo.

É útil manter em mente que se você for sério sobre aprender esse curso, precisa perceber que a criação de Deus é uma. Portanto, quaisquer pensamentos que separam você de qualquer outra pessoa constituem uma escolha consciente de tentar negar sua Identidade. Se você pensar que sua felicidade ou dor vêm de fora, estará negando o princípio da Expiação, o que significa que você não que se lembrar dele. Isso não é um pecado, mas um equívoco corrigível uma vez que você saiba que o fez. Portanto, você precisa se tornar cada vez mais vigilante para quando seus pensamentos especiais e ações atacarem a Unicidade do Filho de Deus. A idéia não é que você se sinta culpado em relação ao seu especialismo, mas que você se torne consciente dele. O propósito de Jesus é nos ajudar a fazer simplesmente isso, pois é em olhar para ego que aprendemos a aceitar a Expiação para nós mesmos, lembrando do glorioso pensamento de que através de toda a insanidade do ego, permanecemos como Deus nos criou.

Kenneth Wapnick

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