segunda-feira, 27 de junho de 2022

JUNHO É O MÊS DEDICADO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

LITURGIA DO DIA 

Ontem celebramos a solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Hoje, com muita alegria, nos voltamos para o Coração de nossa Mãe bendita. O que significa celebrar o Imaculado Coração de Maria? 
 O homem é capaz de passar pelas maiores dificuldades por um grande amor. É capaz de dar a vida, de derramar o próprio sangue por aqueles a quem ama. Atos heróicos e extraordinários de amor já foram feitos ao longo da história. E nem falamos ainda do amor cristão. Mesmo entre pagãos, atos heroicos fizeram muitas pessoas entregar a vida por amor à pátria, para defender a família etc. 
Acontece que nós, que temos uma alma capaz de amar com um amor tão sublime, temos também a ferida do pecado original, que leva essa mesma alma, desordenada, a trair de alguma forma sua vocação ao amor. Ora, celebrar o Imaculado Coração de Maria é, antes de tudo, celebrar o fato de que a nossa Mãe bendita não foi mordida pela serpente. Nós temos momentos de egoísmo. Ainda que amemos as pessoas, somos capazes de ser egoístas e ofendê-las. Nossa Senhora não. A alma dela é profundamente ordenada, porque não foi tocada pelo veneno da serpente, do egoísmo, do pecado. Ela é nossa Mãe Imaculada. Mas não celebramos somente isso, ou seja, o fato de Maria ser intacta, nunca tocada por Satanás. Celebramos algo ainda mais importante, uma realidade mais profunda: que ela foi tocada por Deus. Nossa Mãe bendita não foi tocada por Satanás, por isso é Imaculada; mas, no primeiro instante da sua concepção no ventre de Sant’Ana, ela recebeu uma quantidade de graça santificante tão abundante, que ela é verdadeiramente gratia plena, a cheia de graça (κεχαριτωμένη, em grego). Ela abundou em graça, o que quer dizer o seguinte: a capacidade de Maria, ainda pequenina no ventre de Sant’Ana, de amar a Deus e a nós é maior que a de todos os anjos e santos juntos!
Celebramos, portanto, uma obra esplendorosa da misericórdia divina. Nossa Senhora tem um Coração extraordinário. De sua alma humana, por graça divina, é possível ver sair um amor que transborda sobre Deus e sobre nós. Que espetacular, que milagre da graça é o Coração de Maria! Sua alma santíssima é capaz de amar de forma divina. Pela graça, Nossa Senhora foi elevada a amar como o mais perfeito dos homens, com um amor imaculado, intacto, sem mancha de egoísmo, um amor que é a própria caridade divina. Alguém pode pensar que isso é “exagero” de católicos, que “exaltamos demais” Nossa Senhora... Não, não estamos exagerando porque é isso o que vai acontecer conosco no céu. Na glória, iremos amar a Deus com o amor de Deus. Aliás, não só no céu, já aqui o podemos fazer, se estamos em estado de graça. Devemos, porém, ir crescendo neste amor.
Nossa Senhora é reflexo da luz divina, como a Lua reflete a do Sol. Assim como não podemos dizer que a luz da Lua lhe pertence, não podemos dizer que o amor de Maria lhe pertence. O amor dela é reflexo do amor de Deus; portanto, é um amor divino. Não é exagero algum dizer que Maria nos ama com o amor de Deus. É simplesmente verdade. “O Senhor fez em mim maravilhas, santo é o seu nome”; logo, o Coração da Virgem é dom de Deus para nós. Ao enviar o seu Filho no mundo, Deus não quis que Ele fosse gerado no ventre de uma mulher manchada pelo pecado. Por isso Ele preparou o Coração santíssimo e Imaculado de Maria para amar Jesus. Que alegria, que consolação saber que Cristo não foi recebido no mundo com bofetões e cusparadas, mas com um Coração Imaculado, cheio de graça, capaz de dar o amor que Ele merece!

Nossa Senhora de Fátima disse a Lúcia que o seu Imaculado Coração seria sempre o seu caminho e refúgio. Essa frase serve para todos nós. Vivemos no mundo, mas queremos ir para o céu. Como podemos chegar lá? O Coração de Maria é reflexo do Coração de Jesus. Ora, Ele é o caminho, a verdade e a vida; se Ele é o caminho, o Coração de Maria também o é, por ser reflexo do Coração de Cristo. Imitemos, pois, a Virgem Maria, refugiemo-nos nela quando formos atacados por demônios de todos os lados. O Coração dela é refúgio seguro contra o maligno. Ao mesmo tempo que ela é para nós caminho e refúgio, nós, miseráveis pecadores, que ofendemos tanto essa Mãe bendita, também devemos recordar nosso dever: a necessidade de reparar as ofensas feitas contra ela. Foi para isso que Nossa Senhora quis propagar pelo mundo a devoção dos cinco primeiros sábados do mês. Façamos esse desagravo que Nossa Senhora pediu e que nós, filhos dóceis e generosos, não podemos negar-lhe.
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